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  • Foto do escritorThiago Oliveira

A magia no realismo do Studio Ghibli

Atualizado: 7 de mar. de 2023




(The Baker's Assistant - Kiki's Delivery Service)

A palavra "animar" delivra do latim “animus” que significa “trazer algo a vida”, Hayao Miyazaki, um dos criadores do Studio Ghibli, estende essa definição para: “o trabalho de animador é criar mundos fictícios, mundos esses que servem para acalmar o espírito daqueles que estão cansados de lidar com a dureza da realidade” se você já assistiu alguma obra do Studio Ghibli, sabe que esse conceito de fugir da realidade não é nenhum exagero. Com mais de 20 filmes produzidos desde os anos 80, o estúdio se tornou uma referência mundial ao lançar uma perspectiva humanista em seus personagens, provando se capaz de dar vida a narrativas que cativam tanto crianças, quanto adultos. Por de trás de toda a magia da Ghibli, existem verdadeiras lições de como a imaginação pode ser usada para criar universos lindos e tocar os corações das pessoas através da arte.


Na minha opinião, um dos elementos que fazem os filmes da Ghibli se destacar em meio a tantos outros, é a profundidade de seus personagens e suas motivações, isso porque, mesmo os personagens que mais se aproximam de vilões tem pontos positivos e negativos, assim como eu e você, não existe aquele visão binária de mocinhos e inimigos, ao invés disso, cada personagem se apresenta como um ser cheio de falhas e que age de acordo com o que acredita, incluindo os protagonista, isso fica muito claro em Princesa Mononoke

cuja a trama é formada em cima de conflito de interesses e personalidades que não são necessariamente ruins, outra consequência dessa perspectiva humanista é a abordagem do amor enquanto sentimento universal e não apenas romântico, mesmo em filmes onde existe espaço para relações que vão além da amizade como: Laputa, Castle in the Sky; A viagem de Chihiro ou Princesa Kaguya, o amor é tratado como elemento que enriquece o enredo, em nenhum momento os personagens são reduzidos a papéis românticos só para garantir um final feliz.


Umas das obras que mais me marcaram foi Whisper of the Heart (Surros do Coração) de 1995, dirigido por Yoshifumi Kondo e escrito por Hayao Miyazaki.

Aqui acompanhamos a vida de Shizuku Tsukishima, uma jovem de 14 anos que vive no subúrbio de Tóquio. Shizuku está no último ano da escola media (ensino fundamental) e a trama gira em torno das questões relacionadas a isso, já que a escola secundaria/alta (ensino médio) não é obrigatória no Japão, havendo a necessidade de aprovação em um exame admissional rigoroso, caso o estudando queira seguir a vida acadêmica, então a animação trabalha essa realidade, a protagonista não sabe se cursa ou não a escola secundaria, além do sonho da protagonista de se torna uma escritora.


Na época que assisti essa animação, eu estava no meu último ano de faculdade e consegui me relacionar muito com esse sentimento que a Shizuku passou, estava perdido em relação ao meu futuro, em relação sobre o que fazer depois da graduação, além disso, surgiu os questionamentos se a faculdade que escolhi era realmente com o que eu queria trabalhar, tudo isso me deixou muito para baixo por um bom tempo, ver a Shizuku passar pelo mesmo problema e superando me deixou bem animado, hoje praticamente um ano depois, eu já estou bem e trabalhando na área que escolhi, agradeço muito há quem me ajudou nesse momento.


(Tradução: Deve ser otimo saber o que se quer fazer, eu não tenho ideia, apenas sigo de um dia para o outro)


Embora, Whisper of the Heart, tenha me marcado e signifique muito para mim, ele não é a minha animação favorita do estúdio, esse título fica com:


O Serviços de Entregas da Kiki


acompanhamos a vida da bruxinha KIki, que ao completar 13 anos, tem que seguir para outra cidade para aperfeiçoar a sua magia como a tradição exige a todas jovens bruxas. O centro do filme é a personalidade da Kiki, ela é uma menina meiga, gentil, dedicada e esforçada que está tentando descobrir sua vocação como bruxa, todo esse cuidado com a personagem faz com que o espectador se afeiçoe muito a protagonista, sendo impossível não amar a kiki. Também, o filme retrata o choque de realidades, a Kiki é uma menina do interior, que se vê de uma hora para outra em uma cidade grande e movimentada, passando por vários momentos novos.


Por fim, vale falar de como é a produção dos filmes, primeiro é desenhado a animação inteira em storyboard, sem diálogos e nem enredos definidos


os desenhista tem uma ideia do que vai se tratar o trabalho e dessa ideia surge os quadros para despois ser colocado as falas dos personagens, de alguma maneira isso funciona muito bem para a Ghibli, além de proporcionar vários quadro onde simplesmente não há diálogos, apenas a apreciação da cena


tudo isso se complementa com a trilha sonora composta por Joe Hisaishi, seu trabalho é muito marcante e se destaca por ser o compositor, arranjador e maestro.


(Starting the job, Kiki's Delivery Service)

Agradeço muito por quem gastou um tempinho lendo.

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