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  • Foto do escritorThiago Oliveira

Crimes de guerra do Japão

Atualizado: 30 de mar. de 2023


Estátua próxima da embaixada japonesa em Seul (Getty Images)


Já faz um tempo que venho pensando nisso, cerca demais ou menos uns 7 meses, como todos bem sabem e como é muito nítido nos meus texto que eu sou um grande admirador da cultura, obras e trabalhos japoneses, de modo que todos o meus textos publicados são para divulgação de obras japonesas, mas existe uma mancha, uma ferida aberta que ainda sangra no Japão.


Pensando nisso, eu decidir escrever esse texto expondo tudo que o imperialismo japoneses fez e o como as atuais politicas do pais são voltadas para tenta apagar esses crimes, por tanto, esse texto vai ter um tom bem mais serio e voltado a informar, tudo que for comentado será embasado em artigos, livros e documentários que estarão nas referências.


Obs: O texto a seguir toca em temas sensiveis, tais como: estupro, guerra, experimento em humanos, etc, fica o aleta de gatilho.


Introdução (contexto histórico)


Até a década de 1860, o Japão era um país de economia fechada, sendo a agricultura a principal atividade econômica. Foi a partir de 1867, que o Japão começou a deixar a estrutura agrária de lado e passou a dar uma guinada socioeconômica com o início da Era Meiji.

Era Meiji e mudança no Japão


No ano de 1867, o último Xogun abdicou em favor do imperador Meiji. Teve início a Era Meiji, com mudanças econômicas, políticas e sociais no Japão. A abertura foi favorável para o desenvolvimento industrial do Japão e sua inserção no mundo capitalista que estava em pleno desenvolvimento. No final do século XIX, o Japão era o país mais desenvolvido do Oriente, com uma economia dinâmica, porém com necessidades para ampliar sua expansão.

Em busca de novos mercados consumidores e matérias-primas, o Japão adotou, assim como Inglaterra, França, EUA e Alemanha, uma política imperialista. As guerras foram o meio que os japoneses encontraram para conquistar territórios de outros países do Oriente.


Conquistas militares e imperialismo

No final do século XIX e começo do XX, o Japão se envolveu em vários conflitos militares, cujo principal objetivo era a conquista territorial no Oriente. Na guerra contra a China, o Japão conquistou a Ilha de Formosa (atual Taiwan). No começo do século XX, o Japão invadiu e conquistou a Coreia. Entre 1904 e 1905, o Japão guerreou contra os russos na Guerra Russo-japonesa. Vencedores, os japoneses conquistaram a Manchúria (atual região nordeste da China) e se tornaram a principal força imperialista da região oriental.


Os partidários do militarismo, bem como os ultranacionalistas ganham cada vez mais força, levando o Japão à Segunda Guerra Sino-Japonesa (1837-1945), ao estabelecimento de um estado fantoche na Manchúria, e finalmente, a aliança com Alemanha e Itália formando o Eixo Roma-Berlim-Tóquio na Segunda Guerra Mundial.


O Fascismo Japonês


(Encontro entre fascistas na década de 30.)


Com o fim da segunda guerra mundial, o nazismo e o fascismo italiano foram repudiados, o problema nessa repudia é que aprendeu-se a odiar somente as figuras e alguns símbolos dessas ideologias, todo mundo odeia o Hitler, O Musseline e a suástica, mas pouco se odeia as ideologias que se assemelham a esses, e não precisa ir muito longe para se ver isso, no Brasil, conseguimos ver três formas de fascismo à brasileira: O integralismo, o fascismo defendido pelo Enéas e mais recentemente o Bolsonarismo, todos esses três partilham de algumas características semelhantes, como: nacionalismo chauvinista, a visão idealizada de um Brasil que nunca existiu, o anticomunismo e a proteção do capitalismo como sistema, porem a mídia no geral não tratam esses movimentos como fascista, essas pessoas sempre são tratados como "grupos extremistas" e isso ocorre em todo mundo, da Ku Klux Klan nos Estados Unidos ao Pravy Sektor na Ucrânia.


No Japão, o fascismo nunca conseguiu ser um movimento de massas violento, capaz de promover transformações sociais. Os fascistas japoneses procuravam atrair os círculos dirigentes, a começar pelo imperador, queriam monopolizar o poder, apoiando-se na organização já existente. As várias fracções fascistas japonesas e alguns desses centros dirigentes tinham em comum a convicção na superioridade da civilização japonesa. Estavam convencidos de que a crise interna só poderia ser debelada com uma expansão externa; o Japão tinha o direito de se defender- por exemplo da hostilidade dos ocidentais que o privavam de matérias-primas- como também tinha o direito de defender as outras nações contra as potências que se apoderam de grandes territórios sem ter em consideração os direitos naturais dos povos (como defendia o fundador do fascismo japonês, Kita Ikki), numa adaptação japonesa à teoria nazi do “espaço vital”. A partir de 1940, com o declínio da governação Konoye e com a ascensão do general Tojo (1941), foi-se implantando uma ditadura que instituiu sindicato e partido único, a integração da economia no esforço de guerra, a supressão completa das liberdades. A “revolução fascista” no Japão não foi efetuada por um partido político novo, mas sim por um escol tradicional.


Nesse contexto de guerra e de fascismo, é que podemos comentar sobre os crimes de guerra cometidos nesse período.


Crimes de Guerra

O Império japonês cometeu terríveis atrocidades com filipinos, malaios, vietnamitas, cambojanos, indonésios, burmeses e australianos, mas nenhuma etnia foi tão perseguida pelo país do Eixo como os chineses. Na China, um dos episódios mais sórdidos protagonizados pelos japoneses foi o Massacre de Nanquim, um assalto feito pelo Império na cidade de Nanquim que levou a morte de 300 mil pessoas. Dentre essas vítimas, grande parte eram civis que foram estuprados, torturados e enterrados vivos.


A perseguição com os chineses se agravou quando, em uma diretriz de 1937 assinada pelo imperador Hirohito, as restrições de tratamento com prisioneiros foram simplesmente retiradas. Dessa forma, os abusos não somente eram permitidos, bem como endossados pelos superiores do exército, que tinham plena noção dos absurdos cometidos por seus comandados. O Japão seguia a Política dos Três Tudos: Matem Tudo, Queimem Tudo e Saqueiem Tudo. A ordem era expressa aos soldados para que fizessem o máximo de estrago por onde passassem. A doutrina era uma retaliação justamente contra os chineses, mas que acabou se estendendo pra todos os prisioneiros de guerra dos japoneses e dos lugares que eles invadiam. O livro Os Três Tudos: Confissões Japonesas de Crimes de Guerra na China, conta com diversas confissões de crimes de guerras cometidos a mando do general Yasuji Okamura. Os responsáveis pela publicação do livro foram ameaçados de morte por grupos de extrema direita, e retiraram a obra de circulação, porém, o livro foi publicado pela China, o que facilita o acesso a essas confissões, ao total são 45 confissões que podem ser lidas facilmente na internet.


Unidade 731


(O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, posa em um jato de treinamento com o brasão "731" - o mesmo número de uma infame unidade do Exército Imperial da Segunda Guerra Mundial)


A Unidade 731 ficava no distrito de Pingfang de Harbin, a maior cidade do Estado fantoche japonês da Manchúria (agora no nordeste da China). Foi oficialmente conhecido como o Departamento de Prevenção de Epidemia e Purificação de Água do Exército de Guangdong (関東軍防疫給水部本部 Kantōgun Bōeki Kyūsuibu Honbu). Originalmente criada sob a polícia militar Kempeitai do Império Japonês, a Unidade 731 foi comandada até o fim da guerra pelo general Shiro Ishii, um oficial do Exército de Guangdong. A própria instalação foi construída entre 1934 e 1939 e adotou oficialmente o nome "Unidade 731" em 1941.


Alguns historiadores estimam que até 250 mil homens, mulheres e crianças, dos quais ao menos 600 todos os anos foram fornecidos pelos Kempeitai, foram submetidos a experimentos realizados pela Unidade apenas no prédio de Pingfang, que não inclui vítimas de outros locais de experiências médicas, como a Unidade 100. Os participantes da Unidade 731 atestam que a maioria das vítimas que foram usadas como cobaias eram chinesas, enquanto uma pequena porcentagem eram de prisioneiros de guerra soviéticos, mongóis, coreanos e aliados. Quase 70% das pessoas que morreram no campo de Pingfang eram chinesas, incluindo civis e militares. Cerca de 30% das vítimas eram soviéticas. Alguns outros eram nativos do Sudeste Asiático e de ilhas do Pacífico, na época colônias do Império do Japão e um pequeno número de prisioneiros de guerra aliados. A Unidade recebeu apoio generoso do governo japonês até o final da guerra em 1945.

Em vez de serem julgados por crimes de guerra, os pesquisadores envolvidos na Unidade 731 receberam imunidade secreta dos Estados Unidos em troca dos dados que eles reuniram através da experimentação humana. Outros que foram presos pelas forças soviéticas foram julgados nos julgamentos de crimes de guerra de Khabarovsk, em 1949. Os estadunidenses não julgaram os pesquisadores para que a informação e a experiência adquiridas por eles em armas biológicas pudessem ser cooptadas no programa de guerra biológica dos Estados Unidos, como aconteceu com pesquisadores nazistas na Operação Paperclip. Os relatos de vítimas foram, em grande parte, ignorados ou desacreditados no Ocidente como propaganda comunista.


Experimentos:

Ao longo dos anos de guerra, a Unidade 731 manteve suas pesquisas secretas em pleno funcionamento. O historiador Antony Beevor afirma que essa unidade chegou a mobilizar cerca de três mil cientistas e doutores das universidades de medicina do Japão e, além disso, contava com mais 20 mil funcionários que realizavam outras tarefas diversas. Além da grande quantidade de pessoal, o jornalista Edward Behr afirma que, em 1941, o orçamento inicial da Unidade 731 havia aumentado dez vezes, o que totalizava um gasto de 30 milhões de ienes. O conjunto dessas informações permite entender, portanto, como foi extensa a atuação dessa unidade secreta no esforço de guerra japonês.


A Unidade 731 mantinha sob seu controle tonéis que continham bactérias causadoras de inúmeras doenças, como tifo e varíola, e armazenavam compostos como antraz. Os prisioneiros utilizados como cobaias eram chamados pelos japoneses de marutas (“troncos de madeira”, traduzido do japonês)." Edward Behr trouxe em seu livro Hiroíto – por trás da lenda relatos de pessoas que trabalharam na Unidade 731:


Ozono [trabalhou na Unidade 731 na emissão de documentos secretos] descreve como os marutas, […], eram vítimas de diversas formas de pesquisas: alguns eram infectados com disenteria ou injetados com tétano; outros (alguns usando máscaras, outros não) eram levados a um lugar aberto e “bombardeados” com cianureto; outros ainda eram encerrados em “câmaras frias” a 50 graus negativos e congelados até a morte. […] Outros experimentos eram ainda mais aterradores: para controlar os limites da duração humana, prisioneiros eram obrigados a carregar pesadas mochilas do Exército e marchar em círculo no clima frio da Manchúria, com quantidades mínimas de alimento e água, até morrerem de exaustão.


E o historiador Antony Beevor traz informações a respeito das tentativas de guerra química e bacteriológica que foram realizadas e planejadas pelo Japão ao longo da guerra:


Em 1939, durante a batalha Nomonhan contra as forças do marechal Jukov, a unidade espalhou patógenos de tifo nos rios, mas o efeito não foi registrado. Em 1940 e 1941, cascas de algodão e arroz contaminadas com peste negra foram despejadas de avião no centro da China. Em março de 1942, o Exército Imperial japonês planejou usar moscas da praga contra americanos e filipinos na península Baatan […]. Mais tarde, naquele ano, patógenos de tifo, peste e cólera foram borrifados na província de Chekiang em retaliação pelo primeiro ataque americano com bomba no Japão


Apesar de todos os horrores causados pela Unidade 731, o seu grande mentor e líder, Shiro Ishii, não foi condenado por nenhum dos crimes cometidos a seu mando durante a guerra. O general Douglas MacArthur, que chefiou a ocupação do Japão após a guerra, retirou qualquer acusação contra Shiro Ishii. Os soviéticos solicitaram que ao menos Shiro Ishii fosse condenado pelos horrores da Unidade 731, no entanto, os pedidos soviéticos foram rejeitados pelos Estados Unidos. Ishii viveu até 1959 e sua morte aos 67 anos foi em decorrência de um câncer de garganta.


Mulheres de Conforto



Ou mulheres de alívio é um eufemismo utilizado para designar mulheres forçadas à prostituição e escravidão sexual em bordéis militares japoneses durante a II Guerra Mundial.

Calcula-se que entre 50.000 e 200.000 mulheres tenham sido conscritas, mas ainda existem discordâncias sobre os números exatos. Historiadores e pesquisadores têm declarado que a maioria delas provinham da Coreia e China, mas mulheres das Filipinas, Tailândia, Vietnã, Malásia, Taiwan, Índias Orientais Neerlandesas, Indonésia (incluindo Timor-Leste) e outros territórios ocupados pelo Império do Japão também foram usadas nos "postos de conforto". Tais postos ficavam localizados no Japão, China, Filipinas, Indonésia, Malásia Britânica, Tailândia, Birmânia, Nova Guiné, Hong Kong, Macau, e no que então era a Indochina Francesa.


Kim Hak-sun foi a primeira “mulher de conforto” da história a vir a público para expor os abomináveis crimes do exército Imperial Japonês contra incontáveis mulheres durante a Segunda Guerra Mundial. Kim tinha 17 anos quando ela foi sequestrada por um grupo de soldados japoneses e levada para uma cidade chinesa. Ela foi estuprada naquela noite, e aquilo iniciou uma dolorosa provação em um bordel militar que durou vários meses. Finalmente, ela foi capaz de escapar com a ajuda de um pedinte de Pyongyang.

E mais de 75 anos desde a guerra, nós ainda não sabemos muito sobre essas mulheres. Os detalhes dessas mulheres de conforto e o crime contra elas têm sido limitados e escondidos em registros burocráticos que ou foram destruídos ou fornecem informações vagas.


Há poucos sobreviventes e aproximadamente 90% das “mulheres de conforto” não sobreviveram à guerra. Em muitos casos, aquelas que sobreviveram sofreram sérias lesões e foram incapazes de esquecer seus passados traumatizantes. Muitas padeciam de doenças venéreas e eram incapazes de gestar crianças. Outras não puderam se casar devido ao fardo da vergonha profundamente encrustada em seus corações.

E depois do fim da Segunda Guerra Mundial, documentos do sistema de bordéis foram sistematicamente destruídos pelos oficiais japoneses, conforme o Japão começou a se reconstruir após a guerra. E, no processo, a história da escravização de mulheres foi eufemizada como uma reminiscência indesejável da guerra a ser deixada para trás, enterrada, e esquecida como um subproduto brutal de uma guerra longa e sangrenta.


Apesar de os bordéis militares terem existido no Japão desde 1932, eles se expandiram mais ainda depois do infame episódio do Estupro de Nanquim, quando tropas japonesas começaram um massacre de seis semanas que essencialmente destruiu a cidade chinesa de Nanquim. No caminho, as tropas japonesas estupraram entre 20,000 e 80,000 mulheres chinesas.


O Imperador Hirohito ordenou que o exército criasse as chamadas “estações de conforto”, ou bordéis militares, num esforço para garantir que um grupo isolado de mulheres estivesse disponível para satisfazer os apetites sexuais de soldados japoneses. E, de acordo com relatórios, o exército japonês começou essas estações de conforto na China por volta de 1931. Mas conforme o exército expandia seu território, eles começaram a escravizar mulheres das áreas ocupadas.


Mulheres eram reunidas nas ruas de maneira organizada e convencidas a viajar para o que elas acreditavam ser unidades de enfermagem ou trabalhos médicos, ou compradas de seus pais como servas contratadas. Algumas sobreviventes reportaram que originalmente recebiam promessas de emprego como cozinhar, lavar a roupa, e cuidar de crianças para o exército imperial japonês. Uma vez que chegavam aos bordéis, as mulheres eram forçadas a fazer sexo com seus sequestradores em condições desumanas e brutais. De acordo com relatórios japoneses, havia uma mulher de conforto designada para cada 70 soldados, e dizer que seu tratamento era desumano seria um eufemismo. Os testemunhos das sobreviventes são horripilantes até de ouvir; repetidos estupros, dor agonizante, gravidezes, doenças sexualmente transmissíveis, e condições ermas.


Como sobrevivente, Maria Rosa Henson, uma mulher filipina que foi forçada à prostituição em 1943, lembra:

“Não havia descanso. Eles faziam sexo comigo a todo minuto.”


E conforme os japoneses começaram a perder a guerra, essas mulheres de conforto foram deixadas para trás para se virarem por elas mesmas. A maioria delas nunca conseguiu voltar pra seu país de origem e outras voltaram só nos anos 90. Aquelas que conseguiram voltar pra casa ou mantiveram seu segredo ou viveram uma vida marcada pela vergonha do que elas haviam suportado.


Negacionismo Japonês:

Existe setores de direita no Japão que negam esses crimes que foram arrolados nesse texto, o argumento é que tais fatos são exagerados ou que não aconteceram como o caso do estupro de Nanquim, o antigo primeiro-ministro Abe Shinzo (período de 2012 à 2020), fez declarações apoiando alterações nos livros de história para que incluam declarações mais vagas em relação a responsabilidade do Japão aos crimes de guerra, além disso, ele também prestou homenagem para o templo de Yasukuni, um símbolo forte do nacionalismo japonês, onde estão homenageados mais de mil criminosos de guerra condenados, em 8 de julho de 2022 ele foi assassinado enquanto fazia discurso para sua campanha, na época, havia vários vídeos de chineses e coreanos comemorando a morte do antigo ministro (eu também comemorei) tudo isso contribui para que o pais até hoje não assuma o que cometeu e toda vez que a coreia engue uma estatua (como essa da capa do texto) em homenagem as vitimas, o Japão coloca alguma sanção sobre o pais.


Os outros crimes:

Além desses crimes citados, o Japão ainda cometeu:


Assassinatos em massa:


Dois oficiais japoneses, Toshiaki Mukai e Tsuyoshi Noda numa competição para determinar quem conseguiria matar cem pessoas primeiro (com uma espada). A manchete à direita diz: "'Recorde Incrível' (no Concurso de Abater 100 Pessoas) -Mukai 106 - 105 Noda-Ambos 2ºs Tenentes, Fazem uma Rodada Extra" (Tokyo Nichi Nichi, 13 de dezembro de 1937)


R. J. Rummel, professor de ciência política na University of Hawaii, declara que entre 1937 e 1945, os militares japoneses assassinaram de três milhões a mais de dez milhões de pessoas, sendo o número mais provável em torno de seis milhões de chineses, indonésios, coreanos, filipinos e indochineses, entre outros, incluindo prisioneiros de guerra ocidentais. Este democídio deveu-se a uma estratégia moral e politicamente falida, conveniência e costume militar, e cultura nacional. De acordo com Rummel, apenas na China, no período 1937-45, aproximadamente 3,9 milhões de chineses foram assassinados, principalmente civis, como resultado direto das operações japonesas e 10,2 milhões no curso da guerra


Fome evitável:

Mortes causadas pelo desvio de recursos para as tropas japonesas em países ocupados, são também consideradas como crimes de guerra por muitos povos. Milhões de civis na Ásia Meridional, especialmente no Vietnã e nas Índias Orientais Neerlandesas (Indonésia), os quais eram grand.es produtores de arroz, morreram durante uma fome evitável em 1944–45.


Tortura de prisioneiros de guerra:

Forças imperiais japonesas também foram reportadas como tendo utilizado amplamente a tortura de prisioneiros, geralmente numa tentativa de obter informações militares rapidamente. Prisioneiros torturados eram frequentemente executados em seguida.


Canibalismo:


Muitos depoimentos escritos e testemunhos coletados pela Australian War Crimes Section do Tribunal de Tóquio, e investigados pelo promotor William Webb (o futuro juiz-chefe), indicam que membros das forças japonesas em muitas partes da Ásia e Pacífico cometeram atos de canibalismo contra prisioneiros de guerra dos Aliados. Em muitos casos, isso foi inspirado por um sempre crescente ataque dos Aliados às linhas de suprimentos dos japoneses, e à morte e doenças das tropas japonesas em virtude da fome. Todavia, de acordo com com o historiador Yuki Tanaka: "o canibalismo era frequentemente uma atividade sistemática conduzida por pelotões inteiros e sob o comando de oficiais".


Trabalhos forçados:


A Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos calcula que, em Java, entre quatro e dez milhões de romusha ("trabalhador braçal"), foram forçados a trabalhar pelos militares japoneses. Cerca de 270 mil destes trabalhadores javaneses foram enviados para outras regiões de domínio japonês no Sudeste da Ásia. Somente 52 mil foram repatriados para Java, o que significa uma taxa de mortalidade em torno de 80%.


Pilhagem:


Vários historiadores afirmam que o governo imperial e membros das forças militares japonesas envolveram-se em pilhagem sistemática durante o período que foi de 1895 a 1945. As propriedades roubadas incluíam vários tipos diferentes de bens valiosos, saqueados de bancos, caixas-fortes, templos, igrejas, mesquitas, galerias de arte, escritórios comerciais, bibliotecas (inclusive de mosteiros budistas), museus e residências particulares.


Conclusão:

É claro que ainda admiro muitos aspectos da cultura japonesa, mas não podemos ser incoerentes, o que Japão fez não pode ser esquecido e deve ser cobrado um pedido de desculpas oficial, além da devida indenização as famílias que sofreram no passado, porém olhando para o atual Japão é muito improvável que isso aconteça, o movimento negacionista é tão forte que em algumas escolas não há mais a matéria de história, e aqui nos devemos prestar a atenção. No Brasil, existe um movimento fascista que nega os crimes cometidos na ditadura militar de 64 e se não fossem os nossos movimentos em defesa da história, muito provavelmente haveria alterações nos livros e nas aulas para adocicar o que houve.


Referências:

HYON, Ri Jong. Japan’s War Crimes: Past and Present. Foreign Languages Publishing House, Pyongyang, Korea, Juche 88 (1999) VISENTINI, Paulo G. Fagundes. A Revolução Coreana: O desconhecido socialismo Zuche. Editora Unesp, 2015


|1| BEEVOR, Antony. A Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Record, 2012, p. 853.

|2| BEHR, Edward. Hiroíto – por trás da lenda. São Paulo: Globo, 1991, p. 214.

|3| Idem, p. 213.

|4| BEEVOR, Antony. A Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Record, 2012, p. 854.


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